Reflexões sobre o 1o. ano de Brasil – 1a. Parte

‘All alone, or in twos
The ones who really love you
Walk up and down outside the wall.
Some hand in hand
And some gather together in bands.
The bleeding hearts and artists
Make their stand.
And when they’ve given you their all
Some stagger and fall, after all it’s not easy
Banging your heart against some mad bugger’s wall.

Pensar, refletir, olhar para trás e ver os passos no caminho. Pensar qual foi o que ao final seguimos e qual era o objetivo. Chegamos sequer perto dele? Questionamentos toscos, todavia recorrentes nos finais de ano. Alguns que já vêm de muito, com mudanças de pensamento; outros simplesmente o fazem desistir de lutar e brigar, e o fazem aceitar.

Já dizia o poeta: ‘narciso acha feio aquilo que não é espelho’, mas o que dizer de quando o espelho se passa no diário e acaba por refletir internamente, causando um estupor generalizado? O que fazer senão sentar e refletir, pensar? Pensar sobre ontem, sobre o hoje… Sobre o porvir. Analisar decisões tomadas, outras deixadas de lado. Faz necessário pensar de novo e retomar aquelas relegadas, deixadas de lado, passadas ou ignoradas. O tempo corre, a vida passa, ela é curta e nem sempre nos dá espaço para pensar em nossas ações, aspirações ou desejos.

‘Tempus Dolorem Lenit’! É ele, o grande Kronos que, quando sabemos utilizar, ajuda-nos na às vezes árdua tarefa de … viver. Penso muito à noite, começo uma reflexão que tentarei prolongar abstratamente (de um modo a que todos possam se ler nessas linhas) em textos seguintes. Pretendo, apenas, desenvolver essa abertura, uma espécie de aquecimento para alguém que se encontra sem escrever há tempo.

Lembrou-me meu MP3 player do brilhante filme/musical ‘The Wall’ de Pink Floyd. Recomendo, aliás, a todos que o vejam. Uma maravilha de analise da condição humana, psicológica, inserção e mesmo convivência social. Penso posteriormente desenvolver minha leitura do álbum, cheio de minúcias, observações, pequenezas e poesia.

Na conclusão dessa brilhante obra, Roger Waters mostra como a personagem principal conseguiu derrubar aquele muro que o afastava daqueles ao seu redor. Rebaixou as suas defesas, destruiu as barreiras, abaixou a guarda. Derrubou, finalmente, o muro da inércia social, da fuga da realidade (ou que o permitia construir aquela sua própria).

Pink (o nome da personagem principal interpretada por Bob Geldof) derruba o muro, passa pelo confuso processo de ‘julgamento’, é acusado de todos os crimes ‘anti sociais’ e de reclusão que ele mesmo criou ao se ‘recluir’. Bob é acusado daquelas coisas que, na verdade, foi a própria sociedade que o fez criar (desenvolverei isso em outro texto, se for do interesse geral).

E muda o ‘take’… O muro é derrubado, destruído. Pink ‘se liberta’ e o musical passa para, na minha opinião, uma das cenas mais fortes de todo filme. Vejam e tomem as próprias conclusões (estou aberto a debates). A inocência da brincadeira infantil, brincando de ajudar adultos, ajudando a reconstruir o destruído… O coquetel molotov nas puras mãos da criança, aquele que ajudou a destruir, e agora está talvez ajudando outrem a começar a construir o seu próprio muro…

Belo filme, com mais calma desenvolverei um texto digno dele. Aqueles que pretenderem desenvolver melhor o debate estão disponíveis para tal. Ou apenas se quiserem mais textos a respeito, basta pedir que os acelero.

Como diz o próprio grupo (para mim um dos mais brilhates que jamais ouvi ao vivo): Together we stand, divided we fall !

Tear down the wall ???

 

Author: Leo Teles

Advisor to the President of CDL Salvador (Chamber of Retail Leaders of Salvador, Bahia, Brazil)

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